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Saudações lúdicas e brincantes, eu sou Shauan Bencks e esta é sua Pílula de Reflexão semanal.
Um pequeno áudio com dicas sobre educação, movimento, brincadeiras musicais, ludicidade e desenvolvimento humano.
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Ouvintes amigos, eis que chegamos em nossa 3ª Pílula de Reflexão.
Esta pílula foi escrita por Aline Meneses, do Bebê em Movimento que também é Arte da Criança.
Está na minha voz, mas o texto é dela, vamos lá?
Faço parte de vários grupos de mães, um dia surgiu uma conversa a respeito dos andadores de empurrar, alguns bebês estavam mais interessados em brincar com os brinquedos do que em empurrá-lo.
Conversamos e compartilhei com elas a seguinte opinião:
Quando o bebê estiver preparado para andar ele vai andar, sem necessidade desses materiais
Primeiro eles se levantam com apoio, depois passam a andar lateralmente segurando nos móveis, com as mãozinhas na parede, no sofá, na estante…depois disso começam a testar o “ficar em pé sem apoio” e quando se sentem seguros soltam o apoio e pronto, lá estão eles indo em busca do que querem na posição bípede.
Minha orientação enquanto profissional é que os brinquedos estejam em lugares que eles tenham um motivo para ir em busca, se estiverem o tempo todo ao lado deles não vão precisar buscá-lo.
Se um bebê está mais encantado com os brinquedos do andador do que em empurrá-lo para andar, é sinal de que ele ainda precisa explorar muito.
Os bebês precisam de chão, de grama, de parque, de obstáculos, precisam que os deixemos agir no ambiente explorando o mundo, e assim vão desenvolvendo suas habilidades, só precisamos confiar neles.
Depois dessa conversa, me peguei pensando no tempo em que perdemos deixando com que a ansiedade nos tome.
“Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo”
(Oração ao tempo, Caetano Veloso)
Como minimizar a ansiedade que chega de mansinho e faz com que não olhemos para as crianças com olhares atentos?
Estamos sempre apegados ao que eles ainda não fazem e não valorizamos as suas competências.
Stella Barbieri em seu livro “Interações: Onde está a arte na infância?” fala sobre experiência…
Ela nos diz:
“A passagem dos anos faz com que nos tornemos menos dispostos a ter novas vivências, quando adultos. Acabamos nos satisfazendo com o que já conhecemos.”
Stella Barbieri
Tenho pra mim que essa satisfação, o não encantamento com o novo, o mesmo encantamento que vemos nos olhos das crianças, que lhes é visceral, nos distancia da experimentação, da observação, da escuta, da percepção.
Estamos sempre correndo, apressados e automaticamente colocamos as crianças nesse emaranhado de afazeres, com isso não respeitamos o ritmo e o tempo delas, não percebemos os mínimos e lindos detalhes da infância.
Precisamos deixar de lado esse olhar cultural do “vir a ser” e sentir a sutileza do “ser”, sim a criança é competente no que já é capaz de realizar, chega de pensar nas etapas que virão, assim fazemos com as crianças, assim fazemos conosco.
Stella ainda diz “não basta viver algo, é preciso que as vivências nos tomem e nos transformem”.
Te convido então a se permitir olhar o novo quantas vezes forem necessárias e que estejamos presentes, nos transformando e levando a vida com leveza. Corpo, mente e coração agradecem e claro, a infância também.
Nas pesquisas sobre infância, esse texto de Carolina Prestes Yurila faz sentido e se conecta com o meu pensamento.
Segue o link da Carolina no roteiro do programa:
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Este programa é uma criação do Arte da Criança e do Bebê em Movimento, e tem o apoio da MT Instrumentos Artesanais, acesse: mtinstrumentos.com.br
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