Psicomotricidade

Quando falamos em PSICOMOTRICIDADE, o que vem a sua mente?

Hoje em dia muito se fala em desenvolvimento psicomotor e da sua importância na infância, isso me faz acreditar em um mundo que está cada vez mais ciente das especificidades da infância e da importância do movimento para o desenvolvimento do ser humano, bem como para a aprendizagem.

Para aprender é imprescindível que o ser humano sinta, pense e aja.

A psicomotricidade traduz a ligação profunda entre a atividade psíquica e a atividade motora, ou seja, é uma ciência que reconhece o ser humano com um ser integral, considerando efetivamente a sua relação com o seu ambiente interno e externo.

Podemos perceber que a psicomotricidade está envolvida no desenvolvimento global e harmônico do ser humano desde o nascimento, ligando assim o corpo, o movimento, com o psiquismo.

A definição atual da Sociedade Brasileira de psicomotricidade é que “ É uma ciência que tem por objetivo o estudo do homem através do seu corpo em movimento nas suas relações com seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo.” (SBP)

O homem é o seu corpo e a psicomotricidade o auxilia a ter domínio desse corpo, domínio de si mesmo, o eleva a um patamar de equilíbrio, entre si mesmo, o outro e o mundo que o cerca, o leva a um ser “bem dentro de sua própria pele”, um corpo que pensa, que sente, que transborda e que possui capacidades expressivas.

Vocês já devem ter ouvido falar nas bases que fundamentam o desenvolvimento psicomotor que são: Tonicidade, Equilibração, Lateralização, Noção de Corpo, Estruturação espaço-temporal, Praxia Global e Praxia Distal, mas delas falaremos em outros posts.

O importante agora é, entendermos que psicomotricidade não é uma atividade motora em que a criança reproduz movimentos já conhecidos, automatizados e explorados, na estimulação psicomotora a criança é provocada a desorganizar as suas habilidades já conhecidas e experienciadas, assim ela utilizará todo o seu aparato cognitivo, emocional e motor procurando novas possibilidades para solucionar o “problema”.

Quanto mais oferecermos situações diferenciadas e espaços de criação, para que nossos meninos e meninas busquem novas soluções para alcançar o resultado desejado, mais eles colocarão os seus cérebro sem funcionamento e novas sinapses se formarão. Esse processo não favorece somente a inteligência, mas toda uma organização motora e emocional, auxiliando no desenvolvimento da autonomia e criatividade.

Vale lembrar o quanto nós, educadores, devemos abandonar a nossa ansiedade e controle, para deixar que os meninos e meninas sejam protagonistas de sua aprendizagem, e só alcançaremos esse patamar quando entendermos o quanto eles são repletos de potencialidades.

Termino esse post com um fragmento das palavras do educador Loris Malaguzzi:

[…]A criança tem cem linguagens (e depois cem cem cem), mas roubaram-lhe noventa e nove. Lhe separaram a cabeça do corpo. Dizem-lhe: De pensar sem as mãos de fazer sem a cabeça de escutar e de não falar de compreender sem alegrias de amar e de maravilhar-se só na Páscoa e no Natal […]

Que possamos respeitar as “linguagens” das crianças, para construirmos e percorrermos um caminho de escuta, onde criar, aprender, explorar e viver sejam habitados na infância.

Até o próximo post !

Beijos e abraços psicomotores

Aline Meneses

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